Romance


por Bethânia Morico

Quem não conhece a história de amor de Tristão e Isolda? Um jovem guerreiro vai à Irlanda em busca de uma noiva para seu solitário tio Mark. Encontra Isolda. No caminho de volta, eles bebem um vinho enfeitiçado e apaixonam-se perdidamente. O final trágico dessa mítica história foi base de muitas outras, como Romeu e Julieta, de Shakespeare, e de toda relação de céu e inferno que cerca a experiência amorosa.
“A palavra paixão quer dizer sofrimento: paixão de Cristo, por exemplo.Quem diz que está apaixonado, diz que está sofrendo por amor e, o que é mais incrível, está gostando de sofrer. Nas histórias românticas, amar significa sofrer.”, fala de Pedro, personagem de Wagner Moura no filme “Romance”, de Guel Arraes.
“Romance” narra, a paixão de Pedro e Ana (Letícia Sabatella), dois jovens atores que se apaixonam durante a montagem teatral de Tristão e Isolda. Ao mesmo tempo em que recriam a história eles tentam descobrir para si próprios uma nova forma de se relacionar, amar e sofrer, como pede uma boa paixão.
Além de muita poesia romântica, nas entrelinhas do filme, lê-se uma certa crítica à venda da arte, às dificuldades enfrentadas pelo teatro e por quem vive dele e uma crítica, mais que merecida, ao capitalismo e poder televisivo (não sei se havia intenção de rechear “Romance” com as críticas, nem se outros também as reconheceram. Mas mesmo que não tenham passado de pensamentos 'à mais' da minha cabeça desconfiada, as críticas foram muito bem colocadas!).
A fotografia é belíssima. As cenas do sertão nordestino impressionam e engrandecem o filme. Aliás, ao assistir “Romance” você fica com uma incrível vontade de se apaixonar, e amar, e, inclusive, de morrer de amor. Ou de rir, porque mesmo recriando uma tragédia, o filme faz rir. E muito!
A música ficou por conta de Caetano Veloso e é uma maravilha à parte. “Nosso Estranho Amor”, que é tema do filme arrepia enquanto o amor acontece e desacontece.
“Romance” é um filme para ver e rever e sentir todas essas sensações que só uma boa história de amor pincelada com poesia e sorrisos faz-nos sentir. Morrer ou não de amor, é só mais um detalhe.

Para quem quiser mais, vale a pena acessar: http://www.romanceofilme.com.br/. Lá você encontra tudo sobre o filme e até um espaço para fazer sua declaração de amor.

PS: levei minha avó para assistir ao filme. E mesmo não entendo muito bem, pois ela já não ouve muita bem, ela adorou a fotografia do filme. Deixo aqui algumas sugestões para que nossos vovôs aproveitem mais: os cinemas deveriam isentar os idosos de pagar qualquer valor para se divertir e distrair; mesmo os filmes nacionais, poderiam deixar legendas para aqueles que tenham dificuldades auditivas; e os netos deveriam sempre fazer programas culturais com os vovôs. É ótimo!

2 Comments:

  1. Lívia Estrella said...
    Ownnnnnnnnnnn, que lindo! :)
    Deu vontade de assistir!!!
    Beijo, Beeeeeeeeee!
    Unknown said...
    Vc só foi orgulho meu amor!
    Te amo eyernamente

Post a Comment



Postagem mais antiga Página inicial